sexta-feira

É o amor do caminho dos pés e mãos através da mente.

[Foto Julliany]

As minhas pálpebras já estavam se fechando, o suor escorria pelo canto dos meus olhos; a cada pulo entrava uma gota nos meus sílios, deixava-me tombada... Em uníssono todos murmuraram algo enquanto meus pés subiam até a sua cabeça. Meus olhos mostravam o que eu sempre quis, a garra que eu sempre tive. Minhas mãos já não tremiam mais, mas soavam como quem buscava água para lavar o rosto. Alguém gritava ao fundo: - Vai, vai. Sai do chute dela, pega a cabeça agora! Eu não sabia em quem mais eu acreditava, se nos meus medos ou no confronto que eu teria que enfrentar caso perdesse. Eu chorava como uma criança em berço. Agora não mais por medo de perder. Os meus pés já haviam tocando sua cabeça, agora ela estava no chão... Aquele uníssono não eram apenas murmúrios, tornava-se um outro uníssono... De vitória. Após o cumprimento eu corri... Corri em direção dele e pulei em seus braços. Vencemos! – disse eu. Não apenas a luta, mas também os seus medos. – sussurrava ele em um abraço paternal.
                    
                                                                                                     [Altair Wallace]